Volata verão, Volta sol fugitivo
Quando olho pra rua e vejo esse mar de chuva que cai violentamente sem parar, ao sentir na pele esse interminável frio que me faz tremer dentro de trocentas pesadas roupas, tenho a impressão de que o verão que tanto me faz bem, que tanta liberdade me proporciona; ou está longe ainda pra chegar, ou partiu em disparada sem olhar para trás, se enfiou em algum planeta muito distante, encontrou alguém por lá, gostou e não quer mais voltar.
Penso que a chuva é benéfica, tem a sua utilidade, sem a presença constate da água nós seres humanos não viveríamos, murcharíamos como desaba uma flor em franca desidratação. O frio também tem a sua estação, possui a sua finalidade que é de hibernação para plantas e animais. Porém tudo isso é tão prejudicial para mim, sofro horrores acerca do frio e a umidade que até já pensei em migrar para um local distante, desprovido do frio e chuva só na medida certa; só assim para mim viver livre, leve e solto com pouca dor.
Mas também tenho que aceitar tais adversidades, pois são através de alguns revés que a gente se purifica, se lava de tanta maldade, não dos outros, mas de nós mesmos, pois ao longo de nossa caminhada cometemos deslizes que, por vezes nos passa despercebido, sobretudo quando ignoramos nossas fragilidades e aventemos nos agigantar e tentar sermos o que jamais poderemos ser, somente para satisfazer nosso ego.
Quanto a chuva e o frio que aí está, eu quase sempre lembro de uma receita infalível que eu ouvia frequentemente na casa de um senhor daqui do bairro a muito falecido que se chamava José Bonelli (Bepi), o qual ele sempre tinha a resposta na ponta da língua. Ao ser questionado no que aconteceria com tamanha chuva ele lascava: "depois da chuva vem o sol", ou vice e versa. Portanto ele jamais errava, era sábio em afirmar e jamais se equivocava, deixando o perguntador boquiaberto e emudecido. Sábias palavras saudoso Bépi, você jamais se enganava com a previsão do tempo.

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