Foi um sonho...
... Era domingo
de manhã, como outro qualquer, eu estava me preparando para ir ao trabalho onde
consistia em cuidar dos meus bezerros e arrancar ervas daninhas no meu sitio
que fica bem perto da cidade. De repente você apareceu, como quem não quer
nada, me chamou para conversar; eu disse que tinha algo a fazer naquele dia, no
entanto você disse eu vou contigo. Saímos juntos, eu e você a caminhar, lado a
lado até o sitio que, obrigatoriamente, tinha que passar pela cidade. Enquanto caminhávamos,
até os prédios pareciam lhe reverenciar. Você estava tão feliz, me olhava com
carinho, aparentava um rosto meigo e sedutor, parecia não acreditar ─ eu percebi
isso.
Entramos num
lugar que se assemelhava ser um grande pavilhão e ali estava passando um desses
vendedores de sorvete, você quis um picolé, comprei para nós três, pois neste
instante eu senti a presença do meu filho junto comigo. Sentamos num banco de
madeira diante do vendedor de picolés, eu você e meu filho. Você se aninhou bem
rente a mim, eu sentia o teu perfume envolvente, ficamos ali daquele jeito por
um bom tempo, você feliz conversava comigo naturalmente e saboreando o picolé
e, eu ali do teu ladinho não acreditava no que via, ou seja, estava junto
contigo.
Enquanto saboreávamos
o delicioso refresco, o qual parecia demorar a manhã toda e eu querendo que o
tempo parasse, não continuasse, sentia-me como se já tivesse tido você assim tão
pertinho por outras vezes tamanha o sentimento de posse e liberdade.
De repente ouço
chegar um amigo que iria me ajudar. Mesmo assim o papo não parou, pelo contrário,
conversávamos, nós quatro descontraidamente. O picolé estava gostoso, a
conversa fluía legal, você ali do meu lado feliz, sorria livre, leve e solta, cedia
aos meus encantos, parecia realizada ao saber que eu lhe correspondia teus anseios.
Eu tinha que
trabalhar, que consistia em arrancar as ervas daninhas da terra e preparar o chão
para o próximo plantio de arroz. Tudo era feito manualmente, nada de
ferramentas, tudo bem primitivo.
Agachamo-nos
todos, inclusive você que quis me ajudar. Eu conversava com o meu amigo
enquanto trabalhava e você trocava ideias comigo de como fazer. Parecia que você
sabia tanto quanto eu a arte de cuidar da plantação. Eu ali cumprindo as minhas
obrigações, ia relembrando aquele momento anterior em que você estava sentada
no banco de madeira bem rente a mim. Tudo aquilo parecia real. O tempo que fiquei
ali pertinho de você pareceu curto, mas a sensação parecia eternizada,
duradoura, uma manhã inteira de domingo em que nós passamos juntos. A felicidade
era evidente, parecia materializada, tanto por você, quanto por mim.
De repente, eu
acordei e percebi que tudo não passou de um sonho.

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