terça-feira, 7 de janeiro de 2014






Hoje de manhã bem cedo, na verdade antes de o sol raiar, eu estava na roça com meu colega e, enquanto ele pilotava o seu equipamento eu ficava só de boa de um lado a outro num bate pra cá e pra lá em meu corpo rentando espantar os mosquitos que queriam sugar o meu pouco sangue. 

Para que a minha luta  contra os pernilongos surtisse efeito e eles não sugasse grande parte do meu sangue  eu resolvi caminhar um pouco. Mirei em direção aos fundos do terreno - no sentido norte- que meu pai um dia por necessidade que por hora eu ignoro teve que se desfazer  deste quinhão em questão.

Como que guiado não sei porque eu me deparei em frente ao lugar que um dia existiu um grande árvore que lá havia e que eu muitas vezes em sua sombra eu me deliciava. Esta frondosa planta era muito alta. Eu não saberia calcular o tamanho de extremidade.

O seu tronco era grandioso e necessitava de várias pessoas ao mesmo tempo para abraçá-la. Apesar de sua circunferência não ser de textura exatamente lisa,  os contornos possuíam alguns vincos. Também havia em seu interior um buraco - oco-, um defeito que a natureza se encarregou de desenhá-lo.

Desta madeira,após passar pela serraria, como sub-produto muitas tábuas, aliás, dezenas delas sempre tiveram a sua utilidade quando papai mais precisasse.

Como eu vinha dizendo, ao observar na direção de onde a Guarajuva estava eu tive a nítida sensação de ter visto ela ali na minha frente, como ela tivesse ressuscitado e voltado a ficar de pé somente para me presentear com a sua sombra, a sua enorme copada, e as suas raízes com vasta largura na extremidade.

Foi só um momento de saudade, um lapso de resgate deste tempo, de recordação de um passado que longe vai, mas que o próprio tempo sequer conseguiu apagar de minha memória. Tive a impressão de que ela ainda está vivinha da silva, produzindo galhos e abraçando a todos que num instante quente a sua sombra fornecia frescor e rejuvenescimento de forças.   Apesar dos  mais de trinta anos que nos separam desta época, aquela imagem ainda permanece viva em minha memória. 


Bons tempos aqueles, que mesmo hoje com toda essa parafernália tecnológica, não conseguimos nos satisfazer, estamos a mercê disso tudo que nos é empurrado guela abaixo como se fosse a salvação de todos. Enfim, o que permanece aqui dentro do peito é uma saudade muto grande, difícil de digerir...

Um comentário:

  1. Foi apenas uma grande saudade que você teve da árvore ,do seu pai e do tempo que não volta mais ..

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