Quantas vezes, em conversas nas rodas de amigos, no trabalho, passeio, ou numa situação qualquer, passamos despercebidos por assuntos que num primeiro momento parecem não nos interessar, todavia, passados algumas horas, aquelas frases ditas aleatoriamente teimam em ficar matutando no inconsciente, parecendo não querer mais sair de nossa mente.
Isso ocorre, principalmente quando estamos conversando com uma determinada pessoa, e, nossa mente está focada em algo distante. Sorte a nossa de que temos no cérebro um arquivo que, mesmo sem querer, grava-nos tudo que nossos ouvidos captam. Dificilmente alguém passou despercebido sem sequer cometer erros dessa ordem. O que parece controlável é altamente desperceptivel. Falo da nossa mente. Automaticamente, ela armazena diariamente bilhões de informações, úteis ou não...
Dessa forma é a memória de um computador. É bem verdade que, a máquina obedece aos movimentos que nossos dedos exercem, comandados por nosso cérebro. Porque adentrei neste assunto, que, num primeiro momento é uma banalidade natural, porém, vez ou outra, muitos de nós deletamos conteúdos importantíssimos, fundamentais em nosso cotidiano, e, que foram enviados por amigos ocultos, virtuais, mas que tem (teriam uma magnânima relevância) se captados num instante rápido, imediato.
Muitas vezes, ao ler mensagens de relevância, minha mente sobrecarregada de informações desapercebe-se de armazená-las e reaproveitá-las num momento oportuno. Cito as centenas de e-mails que recebo mensalmente, muitos deles, num futuro próximo, seriam(ão) fundamentais, utilíssimos em meus trabalhos literários. Para isto, existe a lixeira.
Por vezes, nossa mente que não possui uma “lixeira virtual” semelhante ao um computador onde tudo que é deletado, em alguns dias, ainda é reaproveitável, perdemos histórias ouvidas de pessoas gabaritadas, letradas, vividas; lemos frases imprescindíveis que encaixarão no quebra-cabeça real; esquecemos as formas de ensejos recebidos; datas importantes,etc...
O homem tentou imitar o Criador, reinventando uma memória que estivesse bem próxima do real, da Divindade. Criou a memória do computador. De certa forma, ela é mais perfeita que a “lixeira humana”, pois, mesmo após apagar dos nossos arquivos reais, os virtuais, ainda nos trazem de volta aquilo que parecia perdido, apagado.
Eu mesmo, sou altamente possuidor da doença da impercepção momentânea (mente preguiçosa eu diria), por vezes, fui incapaz de discernir textos fundamentais, relevantes, e os deletei. Por sorte, minha mente faz uma reentrância octogonal, tropeça nos assuntos anteriormente “ignorados”, vê-los altamente fundamentais, e, os traz de volta para o baú memorial. Porém, para que estas informações possam ser arquivadas e acondicionadas num local de fácil acesso, evitando queimar demasiadamente os neurônios para resgatar os dados arquivados na memória humana, existe a memória cibernética. Com ela, senti-me mais seguro, protegido, menos propenso a desperdícios significativos, principalmente quando visualizo matérias benéficas, informações úteis, mensagens recebidas que um dia preencherão o meu ego literário.
Como diz o titulo, será que encontro na lixeira! Esta ferramenta virtual (poupadora da mente humana) tem sido de vital importância naquilo que me propuz a fazer. Penso que se não houvesse um arquivo virtual, minha limitada mente, rapidamente, teria que recorrer às linhas de um caderno, e, ali, pôr todas as idéias que insurgem-me voluntariamente ao longo de uma jornada. Sou eternamente grato a Deus, pois, sua benevolência foi tamanha ao dar-nos esta possibilidade astronômica de tentar recriar um arquivo verossímil, mesmo desprovido de dor, sem alma, sem espírito, todavia, ligado ao Criador, o homem tenta imita-lo, recriando uma memória virtual, semelhante à mente humana... Encontro sim!
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