A poesia é um jogo de palavras
Às vezes doce, as vezes, amargas
Que vamos preenchendo nas páginas da vida.
Rabiscando, desenrolamo-nos das amarras
Escrevemos tais coisas tão raras
Tão belas, sem perceber, tornamo-las parecidas.
Como cartas num jogo de baralho
Sobre o papel, as letras eu espalho
Até formar uma linda canção.
Parecendo uma árvore cheia de galhos
Que para dizimá-la, dá muito trabalho
Todavia, lapido-as do fundo do meu coração.
Como um piloto que vence uma corrida
Eu por estas linhas que foram percorridas
Venci as mais românticas frases.
Como um agricultor que planta a semente de sua vida
Eu plantei as palavras mais lindas
Para formar este poema, que mais parece uma miragem.
Assim é a vida de um poeta
Cheia de vida, cheia de festa
Em tudo que ele toca e vê.
Caminhando por entre as arestas
Ele sente que entre uma e outra fresta
A luz Divina está sempre ali para lhe bendizer.
Como a cozinheira que mistura os condimentos
Eu misturo os meus mais puros sentimentos
Até completar uma página de papel.
Não somente a alegria, mas também o ressentimento
Vão formar a mistura do meu temperamento
Como as nuvens multicores vagueando no céu.

