Troféu Osvaldo
Deschamps
Enfim chegou o
grande dia, o dia D como se diz na gíria, o dia da Glória de um amador, o dia
da recompensa pela persistência, o momento do reconhecimento. Sábado de sol
radiante, 21/09/2012, 12 horas lá vou eu rumo a São José, SC, para uma noite
histórica, especialmente em se tratando de um simples trabalhador que luta pra
sobrevier, um pequeno agricultor pra ser mais preciso. Para que a importante
data não passasse em branco, ou as minhas tarefas “quisessem” atrapalhar os
meus planos e interromper as minhas expectativas como ocorreu dias atrás quando
fui cerceado de participar da gravação de um programa de TV por conta de um
imprevisto na empresa onde trabalho, desta vez não titubeei, sequer dei asas ao
vacilo, trabalhei arduamente, organizei-me esmeramente na véspera para deixar
tudo certo e os imprevistos que vez ou outra gostam de me frustrar, não me
invadisse. Felizmente tudo ocorreu dentro do planejado, consegui concluir ao
pré-estabelecido e as 22.30 do dia anterior finalizei o meu trabalho, e, no
mesmo instante dei partida para uma concentração naquilo que julguei ser a
arrancada para uma mudança nos rumos dos meus dias e, que só o tempo dirá o
quanto foi valido apostar.
Como dizia, o
sol postava-se vibrante na imensidão planetária passível de visualizar, por onde
quer que eu o siga, ele me seguia impecavelmente, me aquecia, e, em nenhum
momento deu-me trégua. O sol quente do primeiro dia de primavera deu mostras de
que o verão vindouro chegará com tudo. Entretanto, o meu pensamento sequer
passava por perto disso, estava diretamente ligado a muitos quilômetros dali.
Após o merecido descanso pelo esforço redobrado no dia anterior e,
restabelecida as energias desgastadas por intempéries normais do serviço, segui
rumo a Urussanga, meu destino primeiro, onde também como eu, outra escritora
ansiosa me aguardava para a derradeira viagem que faríamos embarcados em uma
vã. No caminho que me levaria a Urussanga, meu pensamento se misturava em um
verdadeiro menestrel de confusões e fobias. Sem sequer imaginar como seria,
internamente eu formava verdadeiros tubarões dentro de mim, tentava dominá-los,
mas sequer consegui algum progresso. O “medo” de fazer feio, cometer gafes
disparatadas, incessantemente me interpelava comportamento, porém, as duvidas
pareciam não ter fim, quanto mais eu me dava conta do bem que ia ser para o meu
progresso literário, mais eu me confundia em meus medos. Quando eu conseguia
com muito custo amoitar o assombro em um cantinho da minha coragem, eu fazia um
esforço enorme para me concentrar no momento único, impar que estava prestes a
participar. Mas era só dar uma trégua e soltar o cabresto da fobia que o medo
se agigantava, soltava as garras de sua imensa força que eu mesmo criei dentro
de mim sem o meu consentimento, mas que ao longo dos meus dias ganhou força
enraizou-se e, está muito difícil arrancá-lo de dentro de mim. Como calmante
natural recomendaram-me água com açúcar, bebi vorazmente como um sedento que
acabou de sair de um deserto abominável. Mas nada disso surtiu efeito. Então só
me restou falar pra mim mesmo: que seja feita a vontade de Deus, e com a
certeza de quem crê, acreditei que Ele nunca nos abandona num momento tão
especial. E não me abandonou. Tudo transcorre-se na mais perfeita normalidade.
Plenamente
instalados, lá fomos nós rumo a São José (grande Florianópolis), no auditório
Maria Luiza de Melo onde eu e Silvia receberíamos um Troféu alusivo ao Escritor
Osvaldo Deschamps (in memoria). A viagem transcorreu-se normalmente, o sol
ardente que me seguia desde Turvo, sequer me abandonou, continuou “me
aquecendo” como quem dizia: ─ “vai firme
que eu transmitirei a você as minhas mais fortes energias para te dar forças no
momento oportuno”.
E assim se fez,
chegamos com segurança e inteiros. A festa de entrega do troféu deu-se na mais
perfeita harmonia com os premiados mais famosos declamando poemas
desconcertantes, arrancando aplausos da plateia. Além de trazer em minhas mãos
um troféu que me deu credenciamento como reconhecimento pelo trabalho da minha
participação no livro de Antologia intitulado “Falando de Amor”, ganhei em aprendizado que certamente me
propiciará alçar altos voos nessa empreitada literária e, também trouxe comigo
a certeza de que temos muito que fazer em Turvo, SC, especialmente em se
tratando de cultura literária e artes plásticas. Estamos a milhares de anos luz
em se comparando com outras regiões do estado, especialmente daqueles na região
da grande Florianópolis. Também sei que alguns incrédulos dirão: Oh, mas a
região da capital do estado é bem maior, maior poderio econômico; pode ser,
porém nós aqui também temos alguma riqueza.
Temos nada mais nada menos do que o titulo de “capital catarinense da mecanização agrícola”, que por si só já se
credencia como cidade referencia na região. Titulo que nos mensura sair da
mesmice, projetar novos rumos sem medo de errar. Mas nem isso nos põe numa
referencia literária. Então, porque não ousar, ir além do que se pensa, criar
mecanismos que nos propiciem galgar mais um reconhecimento; o de município
forte em cultura com a participação de todos os valores que por hora estão
ocultos por falta de apoio, mas que, se bem trabalhados renderão frondosos
frutos na estante cultural da cidade e, consequentemente ganharão as gerações
vindouras. Tomo a liberdade de por no ar este desafio e, quem sabe num futuro
próximo poderemos ver em muitos outros lares turvenses troféus como este que
acabei de receber enfeitando e premiando grandes artistas, nas mais diferentes
áreas culturais. Ganha o Turvo e, ganha
ainda mais os turvenses como um todo. Meu sonho é ver muito mais pessoas lendo,
quer seja crianças, adultos e idosos. Ler faz bem ao conhecimento, põe-nos em
uma viagem fantástica por caminhos que muitas vezes sequer imaginamos
percorrer, sobretudo, no que tange o conhecimento intimo, a desvinculação dos
padrões dominantes; ler cria-nos um senso critico e de discernimento, torna-nos
donos da palavra, dá-nos um poder de decisão sem igual capaz de propiciar maior
poder de escapadela de iludidores oportunistas. Enfim, ler tem a capacidade de
nos formar cidadãos mais bem informados e melhores orientados em qualquer área
de formação sem mesmo ter de enfrentar horas a fio em desconfortáveis bancos
escolares. Ler ensina antes mesmo de aprender.
Finalmente quero
aqui de público estender minha eterna gratidão a duas pessoas especiais que
surgiram em minha vida como que de supetão. É sim, de supetão, pois tudo foi
tão rápido que mal assimilei o bem que me fez. Enquanto que eu luto desde
meados de 2009 para publicar meu livro de família (Família Dandolini, 135 anos no Brasil), em pouco tempo, a cerca de
100 dias fui convidado, participei com sete paginas de poesias no livro de
Antologia e, como consequência disso veio a coroação: o troféu Osvaldo
Deschamps de Literatura e Artes. Falo de Célio Gilberto Silva e Silvia Goulart
Vidoto. Ele presidente da associação de Antologia da região da grande
Florianópolis, ela amiga de Celio. Através da Silvia eu construí uma ponte que
me possibilitou chegar do outro lado da margem do rio das possibilidades e,
alçar meus voos rebentos, e, que certamente outros advirão na rabeira deste nascimento.
Obrigado a você nobre Célio Gilberto Silva e a você Silvia Goulart Vidoto, sem
esquecer a Rosimeire Goulart Brognole irmã de Silvia e, que tanto me deu
forças. A ambos a minha eterna gratidão
e carinho. É o mínimo que posso fazer. Sem a imponente ajuda eu sequer sairia
do chão da minha ignorância. O combustível que por hora vocês abasteceram o
tanque das minhas possibilidades certamente movimentará o avião da minha
esperança e, os voos cada vez mais altos em vez de rasos, se tornarão muito
mais frequentes e altos nos céus do meu pequeno mundo, sobretudo em minha terra
natal, ao qual pretendo plantar a semente do leitor assíduo e assistir de
camarote os leitores mirins lendo todo tipo de leitura. Se for conseguir meu
intento, só o tempo dirá, entretanto, após a injeção de animo recebida na noite
de ontem (22/09/2012) tenho a nítida certeza de que a luta continuará na busca
de meios eficazes neste mega projeto.
Livro de Antologia
Quem quiser
adquirir um destes livros (vide foto) tenho em mãos alguns exemplares. Esta
obra é uma publicação da Associação de Antologia da grande Florianópolis e, que
abriu as portas para nós (eu) escritores iniciantes com a participação de 07
páginas em média cada. São poesias e contos da mais alta qualidade,
rigorosamente selecionados, com registro no ISBN (BN). Portanto, pra quem gosta
de romantismo, este livro é uma grande pedida. Somos um grupo de 27 escritores
que formam o livro com 10 amadores/iniciantes, fazendo parte comigo Silvia
Goulart Vidotto de Urussanga e sua irmã Rosimeire de Sangão, SC.